Author/Uploaded by C.S. Lewis
SUMÁRIO 1. Lúcia olha dentro de um guarda-roupa 2. O que Lúcia encontrou lá 3. Edmundo e o guarda-roupa 4. Manjar turco 5. De volta para este lado da porta 6. Dentro do bosque 7. Um dia com os castores 8. O que aconteceu depois do jantar 9. Na casa da Feiticeira 10. O feitiço começa a se quebrar 11. Aslan está mais perto 12. A...
SUMÁRIO 1. Lúcia olha dentro de um guarda-roupa 2. O que Lúcia encontrou lá 3. Edmundo e o guarda-roupa 4. Manjar turco 5. De volta para este lado da porta 6. Dentro do bosque 7. Um dia com os castores 8. O que aconteceu depois do jantar 9. Na casa da Feiticeira 10. O feitiço começa a se quebrar 11. Aslan está mais perto 12. A primeira batalha de Pedro 13. Magia Profunda da alvorada do tempo 14. O triunfo da Feiticeira 15. Magia ainda mais profunda de antes da alvorada do tempo 16. O que aconteceu com as estátuas 17. A caça ao cervo branco Era uma vez quatro crianças cujos nomes eram Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia. Esta história é sobre algo que lhes aconteceu quando foram mandadas para longe de Londres durante a guerra, por causa dos ataques aéreos. Foram mandadas à casa de um velho professor que morava bem no interior, a quinze quilômetros da estação ferroviária e a três quilômetros da agência de correio mais próxima. Não tinha esposa e vivia em uma casa muito grande, com uma governanta chamada Sra. Macready e três criadas. (Seus nomes eram Ivy, Margarete e Bete, mas elas não aparecem muito na história.) Ele próprio era um homem muito velho, com cabelos e pelos brancos desgrenhados que cresciam na maior parte do rosto, assim como na cabeça, e as crianças se afeiçoaram a ele quase de imediato; mas, na primeira noite, quando ele saiu para encontrá-las na porta da frente, tinha um aspecto tão esquisito que Lúcia (a mais nova) ficou com um pouco de medo dele e Edmundo (o segundo mais novo) quis rir e precisou fingir que estava assoando o nariz para disfarçar. Na primeira noite, assim que deram boa-noite ao Professor e subiram as escadas, os meninos entraram no quarto das meninas e todos conversaram a respeito. — Vamos nos dar bem, com certeza — disse Pedro. — Vai ser magnífico. Esse velhinho vai nos deixar fazer o que quisermos. — Acho que ele é um velhinho simpático — disse Susana. — Ah, deixem disso! — disse Edmundo, que estava cansado e fingia não estar cansado, o que sempre o deixava de mau humor. — Não fiquem falando assim. — Assim como? — disse Susana. — De qualquer modo, é hora de você estar na cama. — Tentando falar como a mamãe — disse Edmundo. — E quem é você para dizer quando eu devo ir para a cama? Vá para a cama você. — Não seria melhor irmos todos para a cama? — disse Lúcia. — Com certeza vai ter confusão se nos ouvirem conversando aqui. — Não vai ter, não — disse Pedro. — Estou dizendo que esse é o tipo de casa em que ninguém vai se importar com o que fizermos. Seja como for, não vão nos escutar. São uns dez minutos de caminhada daqui até a sala de jantar lá embaixo, e um montão de escadas e corredores pelo caminho. — Que barulho é esse? — disse Lúcia de repente. Era a maior casa em que ela já estivera, e pensar em todos aqueles longos corredores e fileiras de portas que davam para quartos vazios começava a fazê-la se sentir um pouco assustada. — É só um pássaro, boba — disse Edmundo. — É uma coruja — disse Pedro. — Este lugar vai ser uma maravilha para pássaros. Agora vou para a cama. Que tal sairmos para explorar amanhã? Podemos encontrar qualquer coisa em um lugar destes. Vocês viram aquelas montanhas quando estávamos vindo? E os bosques? Pode haver águias. Pode haver cervos. Vai haver falcões. — Texugos! — disse Lúcia. — Raposas! — disse Edmundo. — Coelhos! — disse Susana. Mas, quando chegou a manhã seguinte, caía uma chuva contínua tão forte que, quando se olhava pela janela, não se via nem as montanhas, nem os bosques, nem mesmo o riacho no jardim. — Claro que tinha que chover! — disse Edmundo. Tinham acabado o café da manhã com o Professor e estavam no andar de cima, no quarto que ele havia separado para eles: um recinto comprido, com teto baixo e duas janelas que davam em uma direção e duas na outra. — Ora, pare de resmungar, Ed — disse Susana. — Aposto que o tempo vai abrir em uma hora mais ou menos. Enquanto isso, estamos muito bem. Tem um rádio e um monte de livros. — Eu, não — disse Pedro. — Vou explorar a casa. Todos concordaram, e foi assim que as aventuras começaram. Era o tipo de casa em que parece que você nunca vai chegar ao fim, e estava cheia de lugares inesperados. As primeiras portas que experimentaram só davam para quartos vazios, como todos esperavam que fosse ser; mas logo chegaram a um recinto muito comprido, cheio de quadros, e ali encontraram uma armadura; e, depois disso, havia um quarto todo acortinado em verde, com uma harpa em um canto; e depois vinham três degraus para baixo e cinco degraus para cima, daí uma espécie de saleta superior e uma porta que dava para um terraço, e depois toda uma série de quartos que davam uns nos outros e eram forrados de livros — na maioria, livros muito antigos, e alguns maiores que uma Bíblia de igreja. E, logo após isso, espiaram um recinto que estava bem vazio, exceto por um grande guarda-roupa, do tipo que tem um espelho na porta. Não havia mais nada no quarto, exceto uma mosca-varejeira morta no peitoril da janela. — Nada aí! — disse Pedro, e todos saíram; todos, exceto Lúcia. Ela ficou para trás porque achava que valeria a pena tentar abrir a porta do guarda-roupa, mesmo tendo quase certeza de que estaria trancada. Para sua surpresa, abriu facilmente, e duas bolinhas de naftalina caíram para fora. Olhando o interior, ela viu vários casacos suspensos — na maioria, casacos compridos de pele. Não havia nada de que