Author/Uploaded by C.S. Lewis
SUMÁRIO 1. A ilha 2. A antiga casa do tesouro 3. O anão 4. O anão conta sobre o Príncipe Caspian 5. A aventura de Caspian nas montanhas 6. A gente que vivia escondida 7. A Antiga Nárnia em perigo 8. Como eles deixaram a ilha 9. O que Lúcia viu 10. O retorno do leão 11. O leão ruge 12. Feitiçaria e vingança súbita 13. O Al...
SUMÁRIO 1. A ilha 2. A antiga casa do tesouro 3. O anão 4. O anão conta sobre o Príncipe Caspian 5. A aventura de Caspian nas montanhas 6. A gente que vivia escondida 7. A Antiga Nárnia em perigo 8. Como eles deixaram a ilha 9. O que Lúcia viu 10. O retorno do leão 11. O leão ruge 12. Feitiçaria e vingança súbita 13. O Alto Rei no comando 14. Como todos estiveram muito ocupados 15. Aslan abre uma porta no ar Era uma vez quatro crianças cujos nomes eram Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, e foi contado em outro livro, chamado O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, como viveram uma notável aventura. Eles abriram a porta de um guarda-roupa mágico e se encontraram em um mundo bem diferente do nosso, e, nesse mundo diferente, tornaram-se reis e rainhas em um país chamado Nárnia. Enquanto estiveram em Nárnia, pareceu que reinaram por anos a fio; mas, quando retornaram pela porta e se encontraram outra vez na Inglaterra, tudo aquilo pareceu não ter durado tempo algum. Seja como for, ninguém percebeu que se haviam ausentado, e eles jamais contaram a ninguém, exceto a um adulto muito sábio. Tudo isso tinha acontecido um ano atrás, e agora todos os quatro estavam sentados em um banco, em uma estação ferroviária, com malas e caixas de brinquedos empilhadas a seu redor. Na verdade, estavam a caminho da escola outra vez. Haviam viajado juntos até aquela estação, que era um entroncamento; e ali, em alguns minutos, um trem chegaria e levaria as meninas para uma escola e, a cerca de meia hora, outro trem chegaria e os meninos partiriam para outra escola. A primeira parte da viagem, quando estavam todos juntos, sempre parecia fazer parte das férias; mas agora, que logo iriam se despedir e tomar caminhos diferentes, todos sentiam que as férias tinham acabado de verdade, e sentiam que recomeçavam as preocupações do ano letivo, e estavam todos bastante desanimados, e ninguém conseguia pensar no que dizer. Lúcia estava indo para o internato pela primeira vez. Era uma estação interiorana, vazia e sonolenta, e mal havia gente na plataforma, a não ser eles mesmos. De repente, Lúcia soltou um grito curto e agudo, como alguém que foi picado por uma vespa. — O que foi, Lu? — perguntou Edmundo e então ele se interrompeu bruscamente e fez um ruído parecido com “Ai!”. — Que raios... — começou Pedro, e então também ele mudou bruscamente o que ia dizer. Em vez disso, falou: — Susana, me largue! O que está fazendo? Para onde está me arrastando? — Não estou encostando em você — disse Susana. — Alguém está me puxando. Oh... oh... oh... pare com isso! Cada um percebeu que o rosto dos outros estava muito pálido. — Senti exatamente a mesma coisa — disse Edmundo com uma voz sem fôlego. — Como se eu estivesse sendo arrastado. Um puxão terrível... ui! Está começando de novo. — Eu também — disse Lúcia. — Ah, não aguento. — Fiquem espertos! — gritou Edmundo. — Todos deem-se as mãos e fiquem juntos. Isso é magia, estou reconhecendo essa sensação. Depressa! — Sim — disse Susana. — Deem as mãos. Oh, eu gostaria que isso parasse... oh! No momento seguinte, a bagagem, o banco, a plataforma e a estação haviam sumido por completo. As quatro crianças, de mãos dadas e ofegantes, viram-se de pé em um lugar arborizado — um lugar tão arborizado que havia galhos espetando-os e mal tinha espaço para eles se mexerem. Todos esfregaram os olhos e inspiraram profundamente. — Oh, Pedro! — exclamou Lúcia. — Você acha possível que tenhamos voltado a Nárnia? — Pode ser qualquer lugar — disse Pedro. — Não enxergo um metro à minha frente, com todas essas árvores. Vamos tentar sair para um local aberto, se houver algum local aberto. Com alguma dificuldade, e com algumas ferroadas de urtigas e picadas de espinhos, eles se desvencilharam do matagal. Então, tiveram outra surpresa. Tudo se tornou muito mais luminoso e, depois de alguns passos, encontraram-se na beira do bosque, olhando para uma praia arenosa mais abaixo. A alguns metros de distância, um mar muito tranquilo cobria a areia com marolas tão minúsculas que mal faziam ruído. Não havia terra à vista nem nuvens no céu. O sol estava mais ou menos onde estaria às dez da manhã, e o mar era de um azul ofuscante. Ficaram parados sentindo o cheiro da maresia. — Puxa vida! — exclamou Pedro. — Isso é muito bom. Cinco minutos depois, estavam todos descalços, com os pés na água fresca e límpida. — Isso é melhor que estar em um trem abafado, voltando para latim, francês e álgebra! — disse Edmundo. E então, por um bom tempo, ninguém mais falou, só brincaram com a água e procuraram camarões e caranguejos. — Ainda assim — disse Susana depois de algum tempo —, imagino que teremos de fazer planos. Vamos querer comer alguma coisa daqui a pouco. — Temos os sanduíches que mamãe nos deu para a viagem — disse Edmundo. — Pelo menos eu tenho os meus. — Eu não — disse Lúcia. — Os meus estavam em minha sacolinha. — Os meus também — disse Susana. — Os meus estão no bolso do casaco, ali na praia — disse Pedro. — Temos dois almoços para dividir por quatro. Isso não vai ser tão divertido. — Neste momento — disse Lúcia —, eu quero alguma coisa para beber mais do que para comer. Agora estavam todos sentindo sede, como se costuma ficar depois de se divertir na água salgada sob o sol quente. — É como ter naufragado — observou Edmundo. — Nos livros, sempre há fontes de água límpida e fresca nas ilhas. Acho melhor procurá-las. — Isso quer dizer que temos que voltar para aquele bosque fechado? — perguntou Susana. — Nem um pouco — disse Pedro. — Se houver riachos, eles certamente
Author: Chaney, J.N.; Moon, Scott
Year: 2023
Views: 43651
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