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Assunto Urgente

Author/Uploaded by Jean Gabriel Álamo

UM UNIVERSO EM EXPANSÃO Assunto Urgente faz parte de um universo de livros e contos no qual outras obras já publicadas são ambientadas. Apesar disso, você não precisa conhecer qualquer uma dessas histórias para entender completamente a proposta de outra. Afinal, este é um universo literário, não uma série literária, o que exigiria uma leitura em sequência. Apesar disso, muitos leitores sempre pe...

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UM UNIVERSO EM EXPANSÃO Assunto Urgente faz parte de um universo de livros e contos no qual outras obras já publicadas são ambientadas. Apesar disso, você não precisa conhecer qualquer uma dessas histórias para entender completamente a proposta de outra. Afinal, este é um universo literário, não uma série literária, o que exigiria uma leitura em sequência. Apesar disso, muitos leitores sempre pedem por um informativo com a cronologia de eventos do Álamoverso, de modo que, todas as publicações a partir de 2022 vêm tendo uma relação cronológica, atualizada a cada lançamento. O Suspiro A Cidade sob as Estrelas Aqueles que Chegaram Antes Eterno Feiticeiro de Aluguel: Noite em Neon Feiticeiro de Aluguel: A Serviço de Exu O Campeão de Xangô Vol. 1 Feiticeiro de Aluguel: Bruxo Tutelar Feiticeiro de Aluguel: O Chamado de Cleiton Assunto Urgente Rastros Invisíveis Rota do Tempero Cidade das Bonecas Reerguida O Homem que Viu Tudo A Magia Negra do Natal O Sino da Igrejinha Admirável Roça Nova: Um Conto de Cybercoronelismo Sob os Domos de Aço Androides Não São Perfeitos Poder Absoluto Destruição em Cadeia ASSUNTO URGENTE Assunto: URGENTE! Máfia no Brasil! Vera. Mariene França, Nós não nos conhecemos pessoalmente, mas a urgência da situação me obrigou a procurar seu contato. Preciso ser breve e a senhora por favor perdoe meus erros de português e digitação, mas estou com grandes dificuldades para digitar qualquer coisa, já que vou morrer nos próximos minutos. Por isso, escrevo esse e-mail às pressas, porque minha cartada final é a senhora, que nem sei se lerá esse e-mail, se mandará para algum assessor ou se serei ignorado. Meu nome é Roberto Batista da Silva, inscrito sob o CPF 413.777.017-12 (só número de azar), sou policial civil da Delegacia de Desaparecidos no RJ. Faz algumas semanas, fiquei responsável por um caso de sequestro de crianças. Nessa cidade, é difícil encontrar um padrão nesse tipo de situação, que permita identificar uma quadrilha. Mas eu consegui: todas eram ligadas à Igreja Mundial de Deus. Comecei a frequentar um templo no bairro de Bangu, onde me aproximei dos pastores com credenciais falsas fornecidas pela delegacia, o que me permitiu acessar os círculos internos dos pastores. Sei que a Sra. Vera. França é alguém ligada à defesa das minorias, e talvez te interesse saber que os homens naquelas reuniões falavam abertamente do tráfico de crianças negras para o exterior, abordando inclusive uma quadrilha concorrente que operava por meio de clubes de futebol exportando garotos. Pelo que apurei, crianças pretas são um objeto de fetiches pedófilos no mercado negro europeu. Fico pensando que poderia ter sido eu, no passado, moleque negro e de cor que sonhava em ser jogador de futebol. Reportando tudo à Delegada Maria Cisne, acionou o Ministério Público, que passou a investigar sigilosamente o caso, acionando a Polícia Federal para criar uma força-tarefa, na qual eu fiquei na ponta de lança, infiltrado naquelas reuniões. Ali, aprendi muito do Brasil de hoje, como esse Estado de Direito em que sempre acreditei é um verniz para o real sistema: a Plutocracia. Logo os esquemas da Igreja Mundial de Deus se misturaram à política. Eu não sei se a ala corrupta da Polícia Federal moveu os pauzinhos ou se a corrupção alcançou a Polícia Federal, mas alguém na igreja soube que a instituição estava sendo investigada. Isso foi justo quando a Família Mastromauro, aquela mesma que tem ganhado destaque na mídia por ‘discurso de ódio’ enquanto tenta alcançar a Presidência da República, se aproximou dos pregadores. Eu, como pastor infiltrado ali (e não era difícil pregar, já que a Bíblia é um livro com interpretação tão aberta, que qualquer coisa serve, e os pastores sabem disso), recebi bem o apoio de Ivair Mastromauro quando prometeu vantagens de facilitação na exportação de crianças em troca de apoio eleitoral. Vi também o momento quando Ivair Mastromauro comunicou que os pastores ali vinham sendo investigados, não sabiam ainda por quem, e que dariam um jeito de “mandar pra Ponta da Praia” quem estivesse infiltrado. Dois dias depois, a Delegada Maria Cisne sofreu um atentado ao sair do trabalho. Dois tiros na cara. O delegado que a substituiu começou a me direcionar para outros casos, o que me fez ser exposto para a igreja. Afinal, eu não poderia mais frequentar por estar ligado a outros casos. Isso acendeu o alerta dos capangas de Ivair Mastromauro. Não posso dizer que fiquei surpreso ao ter meu carro seguido pelas ruas da cidade por gente da Polícia Federal e da PM, e até mesmo alguns colegas da Civil começaram a apresentar comportamentos estranhos. Posso parecer paranoico, mas passei a identificar um padrão de comportamento que ia me isolando ao mesmo tempo em que era recheado de uma falsidade cínica pra cacete. Passei a ter pesadelos constantes quando conseguia dormir, sempre tomando remédios para isso. Mandei minha esposa para Ubá, onde tem família, e disse pra esperar por lá as coisas se acalmarem, e infelizmente acho que vão se acalmar comigo a sete palmos debaixo da terra. Essa família age como uma máfia. Aliás, em qualquer parte do mundo civilizado, uma família capaz de aparelhar parte do Poder Público, corromper uma força-tarefa policial e ainda enviar capangas milicianos para queimar arquivo seria chamada de mafiosa. Poucas provas tenho do que digo, e estou enviando algumas gravações e fotos feitas nestas reuniões com os pastores, bem como atas em que pode cruzar informações da troca de delegados com a rápida dissolução da força-tarefa. Caso verifique as entradas e saídas de pessoas no condomínio fechado em que vive essa família, descobrirá estreitas ligações com milicianos. Os filhos, quase todos vereadores, também possuem como assessores indivíduos ligados às milícias; e um destes filhos, Charles Mastromauro, inclusive apresentou na década passada um projeto de lei que buscava tornar as milícias um negócio lícito nesta cidade. Creio que a senhora, como vereadora, terá acesso fácil a estes dados, bastando fazer um levantamento de assessores e check-ins na ALERJ. E caso consiga acesso aos extratos bancários, perceberá movimentações em

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